sábado, 23 de agosto de 2014

Um legado do Recanto Fraterno - continuação

Na postagem anterior transcrevi a primeira parte do artigo “Esta casa tem goteira”. Nesta, tanscrevo a segunda.

Esta casa tem goteira (II)
            Uma experiência inovadora vem sendo posta em prática pela equipe que a diretoria da União Espírita Jesus Maria José constituiu, para planejar e executar a substituição das atuais casas de madeira do Recanto Fraterno, por casas de alvenaria. É a cobertura feita com laje mista impermeabilizada, com inclinação de 10%.
            Só para lembrar, a laje mista é muito usada hoje em forros e pisos. São trilhos de concreto onde se encaixam tijolos de formato especial para esse fim. Montada a laje, uma camada reforçada de massa de cimento é colocada por cima quando se trata de piso,e massa de acabamento por baixo quando se trata de forro. Em suma, a laje mista, largamente usada, não é nenhuma novidade. Novidade é o seu emprego como cobertura. Foi o que fizemos nas três casas de alvenaria já construídas no Recanto. Novidade também é o que deriva de sua aplicação: a dispensa de ripas e caibros e a ausência, por desnecessário, do forro. Basta que se faça, na parte de baixo da laje de cobertura, um acabamento com massa normal de reboco ou mesmo uma simples pintura nos tijolos e nos trilhos. Livres do forro e da madeira que teríamos de empregar na sua construção, ficamos também livres dos cupins e dos seus afãs de esburacar madeira e produzir aquela serragem que cai lá de cima, e que temos de constantemente  varrer; dos morcegos que não dispondo de forro para se alojar e lá deixar seus excrementos e a fedentina que deles emana, terão que bater noutra freguesia; dos ratos que já não poderão fazer nos forros aquela correria ruidosa na época do acasalamento; das andorinhas e dos pardais que terão que fazer ninhos em outros locais poupando-nos do trabalho de remover periodicamente grandes quantidades de palha e, finalmente dos gambás que já não poderão fazer sobre nossas cabeças os seus passeios barulhentos e até assustadores.
            Para rematar nossas considerações sobre o assunto, façamos referência à laje mista usada como forro e com telhado normal em cima. Admitamos que surja no telhado uma goteira de bom tamanho.Como a laje mista sem camada impermeabilizante e ainda por cima em nível, deixa passar a água por infiltração mas com relativo poder de retenção comparativamente ao forro de madeira, a água vai se acumulando e formando poças em cima da laje invadindo as caixinhas conectoras dos fios elétricos. Consequência: mesmo depois de passada a chuva o gotejamento continuará até que toda a água se esgote. Em outras palavras, goteiras durante a chuva, goteira depois da chuva e ameaça de curto-circuito. Pobres dos moradores!
            Isso é o que tínhamos para transmitir sobre o assunto para os nossos leitores, esperando ter colaborado,  para que nossas experiências, que permitiram compor estas linhas, possam contribuir para dar maior conforto às nossas habitações e tranquilidade aos seus moradores.


Observações finais: as publicações no Jornal do Leste, acima transcritas, são de 1997, decorridos de lá para cá, 17 anos. Como a indústria da construção,  evoluindo como tudo, coloca a disposição do público consumidor constantemente, novos materiais, tornam-se necessárias  algumas correções no que escrevemos. Por exemplo, os forros ofertados agora em PVC, dispensando pintura e isentos dos ataques dos cupins, vem merecendo a preferência dos consumidores. Quer nos parecer entretanto que a laje mista empregada nos moldes da nossa experência, continua válida para os dias atuais. Como já disse no início destas considerações, as casas do Recanto estão lá para conferir. É só entrar, pedir licença e olhar.
            Grato pela atenção e até a próxima.
            Prof. Nazir


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