quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

UNIÃO ESPÍRITA JESUS MARIA JOSÉ

FUNDAÇÃO, HISTÓRIA E FUNCIONAMENTO

                   Tendo atuado por longos anos na União Espírita Jesus Maria José, e pertencendo a entidade ao patrimônio cultural e religioso de Nossa Terra, justo é que eu  exponha, neste meu blog, tudo que a ela se refere, desde a fundação, no ano de 1935, até os dias atuais.Para tanto estou transcrevendo uma publicação, datada de 1° de março de 2007, no jornal Mundo Espírita, editado pela Federação Espírita do Paraná. Esta publicação atende aos objetivos mencionados no subtítulo deste preâmbulo e faz parte de uma série que vem sendo publicada por aquele jornal com o título, “Retrospectiva do Movimento Espírita no Paraná.”  

Retrospectiva do Movimento Espírita no Paraná

 
União Espírita Jesus Maria José – Morretes


Não mais de 70 km. a separam da Capital do Estado, Curitiba. Todas as suas divisas municipais são formadas por acidentes geográficos: norte e oeste pelos espigões das Serras dos Órgãos, da Graciosa, do Marumbi e da Farinha Seca; no sudeste pelas Serras da Igreja, das Canavieiras e da Prata, tendo ainda como acidentes limítrofes os rios Arraial, Sapetanduva e Jacareí. Dada a sua configuração geográfica, “entre morros”, denominou-se Porto dos Três Morretes, depois Nhundiaquara (peixe empoçado ou no buraco) e em 1870, Morretes.
Sua fundação data de 1721, quando o Ouvidor Rafael Pires Pardinho determinou que a Câmara Municipal de Paranaguá demarcasse 300 braças em quadra, no local onde seria a futura povoação para, em 31 de outubro de 1733, determinar a demarcação das terras.
Já elevado à categoria de Município, em 1841, Morretes viu nascer, no dia 3 de outubro de 1935, o seu primeiro Centro Espírita, idealizado por um grupo de homens valorosos e idealistas, abrasados pelo conhecimento espírita.
Em uma sala provisória, até a aquisição do terreno onde hoje se localiza, na Rua Santos Dumont, 108, fundaram Augusto Borba, Antonio Mattos da Silva, Trajano Cordeiro, Ary Ventura de Andrade, Rodolfo Xavier, Luiz Malucelli, Nicolau Gervásio Zétola, Arsênio Cordeiro Junior, Ortegal Pinto do Nascimento e Pedro Cunha, a União Espírita Beneficente Jesus Maria José, assim mesmo, sem vírgulas, entre os nomes.
Posteriormente, foi retirada a denominação Beneficente, permanecendo a denominação União Espírita Jesus Maria José. O seu caráter beneficente foi posto em prática alguns anos após a sua fundação, oferecendo aos sócios, um auxílio funeral, que constava de caixão mortuário, auxílio monetário à família do desencarnado e o transporte ao cemitério, feito em um coche puxado por cavalos.
Tal prática redundou que a instituição tivesse, em seus quadros, muitos sócios não espíritas, que se associavam e contribuíam, visando o auxílio funeral.
Para construir a primeira sede própria em madeira, a Instituição emitiu ações, resgatáveis depois de um certo número de anos. Em verdade, a maioria dessas ações não foram resgatadas, mas sim, doadas à Instituição pelos adquirentes.
Ao longo de seus 71 anos de existência, foram criadas pela União Espírita, duas Instituições Assistenciais: um lar para idosos no próprio terreno da sede e que funciona até os dias atuais. São 11 casas-lares, sob a denominação de Recanto Fraterno. Também um abrigo para meninos que funcionou de 1962 a 1975 e se denominou Retiro Fraterno de Meninos. Funcionando em um terreno de 7 hectares, com a desativação, juntamente com os pavilhões, foi vendido, no ano de 2004.
Os recursos dessa venda permitiram a construção, no terreno da sede da União Espírita, de um novo e mais amplo salão para as palestras públicas, e ao lado um prédio de menor porte que abriga a Secretaria e duas salas para os Estudos da Doutrina Espírita.
O antigo salão da sede foi reformado e transformado em sala de estar para os idosos que vivem nas casas-lares, acoplando-se ainda cozinha, despensa, almoxarifado e sanitários, tudo em alvenaria.
O Presidente da União Espírita Jesus Maria José é Odair Belão de Quadros, em segundo mandato, até 2008. A Instituição oferece reuniões públicas semanais de exposição doutrinária e passes, às segundas, às 20 horas e às quartas, às 15 horas; reunião de Estudo da Doutrina Espírita às quartas, às 20 horas, realizando a sua reunião mediúnica privativa às quintas, às 19h30minutos.
A Instituição está localizada na abrangência territorial da União Regional Espírita 1ª Região, cuja sede, no presente período, é Matinhos, no litoral do Estado.
União Regional Espírita - 1ª Região
A União Regional Espírita – URE 1ª Região – inicialmente, compreendia todo o território das atuais UREs Metropolitanas Região Norte, Região Leste, Região Oeste (Sede Curitiba-PR), da URE 3ª Região (Rio Negro) e litoral, tendo sido criada e instalada com o nome de URE Centro-Litoral em 26 de fevereiro de 1965. Posteriormente, com a criação de outras UREs, passou a se denominar URE 1ª Região.
Em 24 de outubro de 1992, a sua sede foi transferida para o litoral, data considerada de criação e de instalação da sua nova estrutura, compreendendo os municípios de Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná.
A atual sede administrativa é Matinhos, tem 6 Centros Espíritas filiados e ocuparam a Presidência:
Paulo David Choinski - 1992 a 1995 - Sede Matinhos
José Daher - 1995 a 1996 - Sede Morretes
Gerson Luiz David Choinski - 1996 a 1998 - Sede Matinhos
José Daher - 1998 a 2000 - Sede Morretes
Silvio Moreira da Fonseca - 2000 a 2004 - Sede Paranaguá
Marly Lucinda Braga - 2004 a 2006 - Sede Guaratuba
Carlos Alberto Ferreira da Costa - 2006 a 2008 - Sede Matinhos


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

COM TEMPO PARA ESCREVER

        Escrever um livro de memórias era um projeto que eu vinha acalentando desde que entrei para o clube dos  setuagenários. O tempo foi passando, o projeto não se concretizou e agora, faltando apenas alguns dias para completar oitenta e três,  (mudei de clube, agora sou octogenário) e depois de várias mudanças que já vinham acontecendo nos últimos anos, penso que chegou a hora. Isso justifica o título desta página.  Desembaraçado dos últimos encargos  aos quais estava vinculado por responsabilidades voluntárias, há muito tempo assumidas, posso agora entregar-me às tarefas que na concretização do projeto me esperam.
         Achei mais prático dividi-los em duas etapas. Na primeira, as páginas escolhidas serão apresentadas num blog, antecipando-as desse modo na apresentação ao público, colhendo com essa providência a reação dos leitores e permitindo uma nova escolha nas páginas já escolhidas que se tornariam definitivas para a composição do livro.
         Há muito o que dizer. Conseguindo fazê-lo de forma didática, espero continuar servindo à comunidade, utilizando-me da comunicação proporcionada pelo blog para melhorar a cultura de quem me lê,  Para dar uma idéia das fontes a que recorrerei basta mencionar algumas delas. Dos quase 83 anos de vida física que, graças à Bondade Divina pude até agora incorporar ao meu acervo, 76 o foram em solo   morretense. A diferença de 7 anos refere-se ao tempo que saí para estudar .
            Profissionalmente comecei, lá pelos idos de 1952, exercendo a contabilidade, chegando a abrir um escritório onde, além das escritas, eram  executados serviços gerais (emissão de recibos, promissórias, contratos, defesas fiscais.) . Durou 10 anos essa atividade. Nesse período, como  não havia profissionais em número suficiente na área jurídica e do magistério, fui convidado, assim como outras pessoas com condições, para  prestar serviços gratuitos, como professor, na Escola Técnica de Comércio, fundada em 1955, e na Justiça como defensor dativo, para atuar nos processos em que réus pobres não podiam contratar advogado. Essas duas experiências foram para mim muito valiosas. A primeira delas abriu caminho para que eu ingressasse na carreira de professor onde me firmei depois de obter o diploma de Letras Neolatinas na então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá e  prestar dois concursos na área estadual que ensejou-me em épocas diferentes ingressar no quadro de professor efetivo do Estado, na disciplina de Português e Literatura, com lotação no Colégio Estadual Rocha Pombo.    Na Escola Técnica  de Comércio, tive a oportunidade de exercer o magistério em várias disciplinas, e de  servir como Diretor, função  na qual sucedi o saudoso Marcos Luiz De Bona. A Escola Técnica de Comércio foi estadualizada em 1958 e nessa condição somou 25 anos de funcionamento, período em que a função de Diretor  foi dividida entre o ilustre morretense Marcos Luiz de Bona, já mencionado, que esteve  à frente  da Escola durante os primeiros seis anos(da fundação até fins de 1960) e a minha pessoa, os dezenove anos restantes, (de 1961 até fins de 1979). Nesse ano a Escola foi desativada e o curso de contabilidade foi absorvido pelo Colégio Estadual Rocha Pombo. Idêntico fato ocorreu com  a Escola Normal  cujo curso foi igualmente absorvido.           Os dois diretores, eu e a professora Maria Amália  Alpendre Valério,  ela em exercício na Escola Normal, fomos aproveitados como Diretores Auxiliares nos  cursos que dirigíamos anteriormente, e que passaram a ser oferecidos pelo Colégio Estadual Rocha Pombo. Lá permaneci, ainda por quatro anos  quando então me aposentei.
             Retrocedamos a 1952. Naquele ano, tendo me tornado espírita, passei a freqüentar os trabalhos que, na área doutrinária, eram realizados pela União Espírita Beneficente Jesus Maria José. Esse fato me propiciou a convivência com outro morretense de valor, o Sr. Antonio José Gonçalves Filho, o Tone. A casa espírita sob a direção dele, iniciara anos antes, no espaçoso terreno de que dispunha, uma instituição assistencial que compreendia pequenas casas de madeira destinadas a atender com moradia,  pessoas em situação difícil, principalmente viúvas oriundas do meio rural. Quando ingressei e me tornei um trabalhador da casa, Tone estava mandando construir as últimas das quinze casas  que deveriam compor a parte assistêncial do Centro Espírita. Fui aos poucos como fruto da convivência com o Tone e com os estudos a que me dediquei, aprendendo tudo o que dizia respeito à Doutrina Espírita e à assistência social, tendo acompanhado a fundação do Retiro Fraterno de Meninos. Este, juntamente com o então denominado Asilo à Velhice Desamparada de Morretes passou a constituir a área assistencial da União Espírita Jesus Maria José. Tone, com sua imensa prática em todos os campos do  conhecimento, foi não apenas o meu mentor nas atividades relativas à Casa Espírita, como também o meu orientador no escritório que eu montara para a execução  de serviços contábeis e outros correlatos.                                                             Resumindo: minha atuação na União Espírita Jesus Maria José, somou, contado o tempo entre os anos de 1952 a 2010, 57anos. Nesse período, merecem registro os seguintes acontecimentos:
·        Em 1969, aos 59 anos, Tone desencarnou, depois de liderar o movimento espírita em Morretes pelo espaço de 33 anos(de 1936 a 1969).
·        Em 1975, O Retiro Fraterno de Meninos foi desativado e o Asilo à Velhice  Desamparada de Morretes passou a denominar-se Recanto Fraterno.
·         A partir de 1969,  assumi a presidência da União Espírita Jesus Maria José, exercendo-a pelo espaço de 37 anos compreendidos entre os anos de 1969 e 2004.
·        Em 2004,  assumi a tesouraria da instituição, permanecendo nessa função até  o dia 5 de janeiro 2010,
·        Em dezembro de 2009  o Recanto Fraterno , foi desativado.
·         Em 5 de janeiro de   2010 disputando a  eleição para o Conselho Deliberativo e não conseguindo reeleger-me decidi afastar-me do  Movimento Espírita representado aqui em Morretes pela União Espírita Jesus Maria José.                                                    
   
 Mencionei acima as fontes utilizáveis para a elaboração das Páginas  Escolhidas  no blog que tem no texto de hoje seu ponto de partida. Se na menção dessas fontes surgiram pontos de interrogação eles serão respondidos na medida em que novas páginas passarem a integrar este blog.
         Que possamos todos nós colher benefícios deste trabalho que hoje se inicia, ressalvando que o maior beneficiado, se tudo correr bem como espero, serei eu mesmo, que assim poderei cumprir uma promessa que fiz e mim mesmo e aos amigos que me incentivaram.
         Até a próxima.