sábado, 24 de maio de 2014

De volta,quatro anos depois...

 
            Em postagem no meu blog,  expedida no dia 10 de março de 2011, com o título “Meu afastamento da União Espírita Jesus Maria José”, expliquei as razões do meu afastamento frizando que minha atitude não significava a perda da  condição de espírita militante, e que meus rumos seriam ditados pelo desenrolar dos acontecimentos. Disse ainda , falando sobre a entidade, como simples observador, que tendo cessado nela apenas a atividade assistencial,continuava em pleno funcionamento no cumprimento de sua função precípua que é trabalhar na difusão da Doutrina Espírita.
            Quando assim me pronunciei, já decorrera pouco mais de um ano da  minha saída e o quadro que se desenhava era de recomposição administrativa, graças ao trabalho de fôlego de Maria Triaquim que, tendo já percorrido um longo caminho como líder comunitária, entrara na experiência nova de comandar uma associação desfalcada de colaboradores e mantendo, às duras penas, as portas abertas e funcionando. Para tanto, vem contando com a colaboração inestimável do Marcelo, um pontagrossense que desceu a serra para somar-se a nós nas atividades espíritas e que hoje, como secretário, é peça  importantíssima, não só na administração onde participa das decisões, como também nas atividades doutrinárias, atuando como expositor, coordenador de grupos de estudo, de atividades artísticas para jovens(teatro e coral) e tudo o mais que represente para a nossa sociedade espírita a tão desejada regularidade no funcionamento. Conta ainda com o João Carlos Gualdezzi, que ocupa o cargo de vice-presidente e que, como pequeno empresário e trabalhador da construção civil, dá sempre a opinião e o trabalho nas modificações do espaço físico que se fizeram necessárias para  as adaptações de que falarei mais adiante.
            Desativado o Recanto Fraterno, restou a preocupação com o espaço vazio constituído pelas doze moradias, o que gerou intensa especulação e a perturbação daí decorrente, para o grupo de abnegados que  permanecera administrando as instalações. Foi quando aconteceram as chuvas intensas e os delizamentos de 2011,  ocorridos principalmente na localidade de Floresta, com dezenas de desabrigados, e o atendimento a pedido da administração municipal de então, para que as moradias fossem cedidas pela instituição, a fim de atender as pessoas cujas casas haviam sido arrastadas e destruídas pela força das águas. Dez das moradias do Recanto foram cedidas mediante contrato,pelo prazo de seis meses,  para  atender aos flagelados na emergência, dando curso à colaboração que a entidade sempre prestou aos poderes públicos do município. A desocupação das moradias depois de vencido e renovado o contrato não foi tarefa fácil,seja pelo atraso do programa do Governo Federal de construir casas para atender as pessoas que haviam perdido as suas , seja porque alguns remanescentes,por razões que desconhecemos, demoraram a desocupá-las.  
            Resolvidos finalmente, os problemas relativos à cessão das casas e estando então todas elas , novamente vazias, a diretoria da entidade passou a examinar proposta da Prefeitura, já sob nova administração, para  locar dependências do Recanto de cujo uso a instituição poderia abrir mão. Dos entendimentos ficou acertado o aluguel, por um preço módico, mas muito valioso para a instituição que vira o seu quadro social bastante diminuído,  com  a perda de boa parte de suas receitas, as seguintes dependências, nas quais passou a  funcionar a Secretaria Municipal de Ação Social:na ala direita de  quem se situa de frente para a instituição -7 edificações com 8 dependências; em localização contígua à rua Santos Dumont, um salão medindo 100 m2 e acoplada a ele dependências destinadas a cozinha, despensa e sanitários. A área locada dispõe ainda de pátio para estacionamento com cobertura de brita fina e  portão de entrada para veículos. Uma cerca de tela separa as áreas ocupadas pela instituição e pela Prefeitura.
Para atender ao funcionamento da União Espírita Jesus Maria José, permaneceram a serviço da entidade as seguintes edificações e respectivas dependências: localizado na parte central do terreno, um salão de conferências com vestíbulo onde funciona uma livraria espírita, sanitários e porta de entrada com acesso por rampas; acoplada ao salão, uma outra edificação onde funciona a biblioteca, duas salas para reuniões de estudos e um espaço coberto entre as duas  edificações; das cinco casas remanescentes do Recanto Fraterno, agora  disponíveis para as atividades da União Espírita Jesus Maria José, uma delas foi transformada em cozinha, junto a qual duas áreas com cobertura para permitir reuniões com lanches quando da realização de eventos doutrinários, outra para o funcionamento da secretaria, uma terceira utilizada como depósito e as duas restantes destinadas a assistência social(fabricação de fraldas descartáveis, infantis e geriátricas para distribuição a carentes ). O  acesso à Casa continua o mesmo, isto é, um portão eletrônico para acesso a veículos e  portão menor para pedestres, ambos levando a um pátio revestido com brita fina e com espaço para estacionamento.
Ainda em 2011, dei início ao meu retorno, passando a participar de uma reunião semanal de estudos e frequência esporádica aos trabalhos públicos de exposição doutrinária e passes.  Permaneci durante os anos de 2012 e 2013, com essas atividades, iniciando 2014, convencido de que poderia   assumir mais algumas tarefas  no campo doutrinário, estando descartadas as de natureza administrativa, dadas as razões que expliquei aos dirigentes, e que foram compreendidas e aceitas.  Duas atividadades se esboçam para terem início em breve: atendimento à biblioteca em conjunto com outros companheiros e orientação doutrinária em horário diurno, esta com a denominação convencionada de “atendimento fraterno”. A par de tudo o que foi relatado, continuo passando os fins de semana em Curitiba, numa sadia convivência com minha companheira Zelinda, com os familiares e amigos dela e ainda com os meus familiares que lá residem. Aqui em Morretes, além da convivência com tantos amigos, desfruto frequentemente do reencontro, muito gratificante, com os confrades   dos Centros Espíritas que estão na abrangência da 1ª URE com os quais convivi durante anos.
Encerrando esta postagem quero externar minha alegria pela   longa trajetória com que tenho sido aquinhoado pelo Alto, geradora de tantas oportunidades para, pelo trabalho, enriquecer-me com preciosas experiências, e pelo gáudio de utilizá-las em favor das causas que levem ao bem geral.
Amigos, obrigado pela paciência e um grande abraço do
Prof. Nazir