Dentro
da riquíssima literatura espírita destaco o opúsculo que tem o título acima.
São cinquenta historietas de fundo moral, buscadas no dia-a-dia, com desfecho
quase sempre surpreendente, e que suscitam reflexões profundas. O
livro foi psicografado pelo médium Waldo Vieira no ano de 1962 sendo Valérium o
autor espiritual. O médium fez parceria com Chico Xavier em Uberaba e entre os
anos de 1958 e 1964 recebeu mediunicamente, individual ou em
conjunto com o Chico, quase duas dezenas de livros, entre os quais se situa o
que dá o título a esta postagem. Magistral é o prefácio de Emmanuel, o
iluminado espírito que orientava o nosso amado Chico, e que transcrevo a
seguir:
“E subindo ao monte, diante da multidão, o Cristo, acima de tudo, destacou aqueles
que o seguiam, despojados da embriaguês gerada pelo vinho da ilusão.
E comoveu-se ao fitá-los.
Sim, todos eles estavam
pobres, ainda os de cérebro culto e veste impecável.
Pobres de sutilezas. . .
Pobres de artifícios. . .
Desarmados de poderes terrestres. . .
Destituídos de ambições humanas. . .
Enterneceu-se
Jesus, compreendendo que somente sobre eles, espíritos exonerados da mentira e
desenfaixados do personalismo inferior, é que poderia edificar as construções
iniciais da Boa Nova e situou-os em primeiro lugar, na glória celeste,
proclamando:
- Bem-aventurados os simples de espírito, porque deles é o reino dos Céus. .
.(1)
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Pensando neles, os
companheiros reencarnados, despretensiosos e sinceros, que desejam aprender com
a verdade, Valérium escreveu este livro.
Entregando-o, pois, aos amigos de esperança firme e coração singelo,
rogamos ao Divino Mestre nos faça a todos também simples, a fim de que nos
identifiquemos com a grandeza simples do autor e nos coloquemos, igualmente, à
sombra acolhedora da bem-aventurança.”
EMMANUEL
Uberaba, 31 de março de 1962.
(1)
No versículo 3, do capítulo 5, do
Evangelho segundo Mateus, a palavra do Cristo expressa-se nestes
termos: - “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o
reino dos Céus.”
Nota de Emanuel
A página que ofereço hoje aos meus leitores, é, na ordem, a quadragésima
oitava, das cinquenta pequenas histórias contadas no livro, e está na página
113. Enfoca a questão dos rancores guardados nos corações humanos e da forma
como a sabedoria divina, pela lei da reencarnação, corrige as injustiças, tão
comuns na vida social e familiar e que a muitos de nós causam revolta, quando
delas tomamos conhecimento. Abordemos então o conto, a partir do
título:
Inúteis, absurdos,
paradoxais
Criado com amor, porém com férrea disciplina, muito
criança ainda, já se queixava da falta de liberdade.
Crescia, desse modo, revoltado, embora o constante carinho no
lar.
Completando dezoito anos, fugiu de casa, abolindo as obrigações
afetivas. Declarava-se tolhido e cansado.
-Vou viver a minha vida – afirmava
E mudou-se para região muito distante, adotando até mesmo outro nome.
Os anos correram. Ele prosperou. Adquiriu maiores experiências. Ganhou
abastança. Casou-se.
Conservava, no entanto, o velho e amargoso ressentimento contra os pais.
Ainda que desconhecesse qualquer notícia, perante a esposa dizia-se
órfão.
Uma filha veio enriquecer-lhe a existência.
E, mais tarde, um filho também chegou...
Sentia-se feliz, realizado... Tudo fazia em favor dos filhos, amando-os
com extremos de adoração.
Na idade madura, desencarnou, guardando ainda profunda mágoa para com os
pais e cultivando profundo amor para com os filhos.
Ao chegar ao Plano Espiritual, entretanto, soube que os filhos eram seus
próprios pais renascidos depois de haverem desencarnado em razão da dor
incoercível a que se haviam entregues, diante de sua própria fuga...
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São assim
os rancores no coração humano: inúteis, absurdos, paradoxais.
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Acrescentemos, à guisa de comentários, que estamos observando
diariamente os quadros dolorosos de pais cujos filhos desencarnam,
frequentemente em tenra idade, compondo um drama doloroso a que convencionamos
chamar de “perdas.” Que embora a separação pela morte física, dos entes que
amamos, seja temporária, a dor, principalmente para as mães, afigura-se
insuportável. Quando a morte tem como causa doença, acidente ou até mesmo
assassinato, os fatos são identificados, com a presença do corpo que a família
dá à sepultura, com as providências legais necessárias, e com a retomada da
vida depois do fortíssimo abalo. Mas, e quando há um desaparecimento, seja por
sequestro, ou como no caso relatado, um sumiço que o próprio filho promove,
revoltado com as tentativas de discipliná-lo que os pais faziam e que deram
causa a que os genitores, ralados de desgosto, partissem para o mundo
espiritual antes da hora marcada? Neste caso, a correção veio pela
recondução dos velhos pais ao lar do filho para receberem dele a
quota de amor que lhes era devida .
Boa tarde, amigo Nazir!
ResponderExcluirSimplesmente maravilhoso o seu texto!
Sábio, profundo e edificante para a nossa alma!
Deus é perfeito, Ele não coloca as pessoas na nossa vida por acaso, sempre tem um propósito... mesmo sendo por pouco tempo, serão momentos de aprendizado. Que possamos ter o entendimento necessário e que o amor prevaleça em nossos corações!
Desejo que as trilhas do seu caminho sejam repletas de luz, esperança e muita paz!
Um grande abraço.
Ilca, grande amiga:
ExcluirO esforço que despendemos para pesquisar nesses amigos mudos - os livros - e deles retirar verdadeiros tesouros que fortalecem a nossa fé e nos incentivam a continuar enquanto as forças nos permitem, são altamente compensados com manifestações como a tua. Obrigado pelo apreço e pelos votos dirigidos ao Criador para que eu continue nessa abençoada trilha.
Um grande abraço do Nazir