No último sábado deste mês de julho de 2012, aboletei-me em
frente ao aparelho de televisão para assistir a mais um depoimento dado por
Zelinda, relacionado ao grupo de ajuda,que ela coordena, há já oito anos, e
cujo nome dá o título a estes comentários. Como se
tratava de uma entrevista gravada, que a emissora(*) iria reproduzir, pudemos
assistir juntos, ela para conferir a
própria postura diante das câmaras e microfones e eu, para simplesmente assistir pela primeira vez.
Ao
iniciar-se a apresentação pela entrevistadora, Profª Ana Flávia Pegozzo Fedato
e tendo diante de mim, imagens e sons perfeitos dos depoimentos prestados pela
Zelinda e pela companheira de grupo, Suzana de Oliveira Pimenta, esta psicóloga
e mestranda da UFPR, quase não acreditei que estava vivendo um momento como
aquele. Ali, na comodidade de uma das salas da residência, podíamos assistir,
como se no ambiente da emissora estivéssemos, todos os passos da entrevista e
tendo ao meu lado a própria entrevistada. E bendisse o privilégio de ainda
estar por aqui, em pleno século vinte e
um, vivendo tão maravilhosas experiências, depois de jornadear a maior parte de
minha vida física pelo século vinte.
Alternando-se
nas respostas às perguntas da entrevistadora, Zelinda e Suzana foram compondo o
quadro de atividades do grupo, de maneira precisa, ambas falando com muita
segurança. Zelinda, historiando o seu ingresso e participação no grupo e a
posterior coordenação, Suzana enfocando os problemas que, cada um dos
participantes, diante das perdas, tem de enfrentar e resolver com a ajuda do
grupo e dos profissionais da área, psicólogos como ela, colaborando nos
trabalhos. E ao assistir a gravação da própria entrevista, no ponto em que se
referia aos motivos de seu ingresso e
coordenação, que levaram-na a
entregar-se de corpo e alma à tarefa abençoada de amenizar as dores de tantos
enlutados, Zelinda, ao mencionar o neto Saulo, falecido aos 14 anos num acidente
em Morretes, não conseguiu conter as lágrimas. Naquele momento, como tem
acontecido desde que nos tornamos companheiros, ofereci-lhe a mão amiga até que
o momento de profunda emoção passasse, repetindo com ela o que dela recebi
inúmeras vezes em meus momentos difíceis.
Para quem
não faz ideia do que é o grupo “Amigos Solidários na Dor do Luto” explico
resumidademente, esclarecendo todavia, que o histórico, funcionamento e objetivos, estão explicados
detalhadamente no blog que o grupo edita e que tem o seguinte endereço:
Agora a
explicação prometida: trata-se de um grupo que tem por objetivo reunir pessoas
que sofrem com a ausência de entes queridos que faleceram
e que têm nas reuniões um apoio importantíssimo para suportar e superar
o momento de profunda tristeza. Importantíssimo ressaltar que muitas das
integrantes do grupo, após superarem os períodos de dor e de assenarem a alma,
gratas pelo auxílio recebido, permanecem e se entregam às tarefas de também
ajudar às novas que vão chegando. É
graças a essa permanência que faz dos Amigos Solidários na Dor do Luto uma
verdadeira legião que mistura ex-asssistidos a integrantes permanentes, sempre
prontos a arregaçar as mangas e lançar-se ao trabalho, graças ao qual as iniciativas sob a
coordenação de Zelinda são sempre levadas a bom termo.
Zelinda,
desde que abraçou a causa e tornou-se coordenadora do grupo, trabalha
incansavelmente no amparo aos que procuram um lenitivo para “a dor que não tem
nome”. Irriquieta, no melhor sentido do termo, não limita a sua atividade ao
trabalho principal que são as reuniões, ao atendimento telefônico a dezenas de
pessoas que ligam ansiosas por serem ouvidas. . Ela vem, já há alguns anos,
sempre com a ajuda das voluntárias, promovendo o Natal dos carrinheiros que
consiste em arrecadar gêneros e utensílios, incluindo conservas preparadas por
ela mesma, para serem distribuídas aos catadores de papel. Essa nova frente de
trabalho voluntário, aberta pela Zelinda conta já quatro anos. No último Natal,
um fato ocorrido na distribuição merece registro: ao entregar a uma das
famílias a cesta básica com alimentos e guloseimas, ouviu de um menino a
manifestação do desejo de receber um brinquedo , insistindo nisso e recusando outras ofertas.
Como não dispunha de nada que atendesse aos desejos do menino, Zelinda
regressou do trabalho de entrega com a intenção de atendê-lo. Adquiriu uma bola
e um carrinho e daí a tarefa mais difícil. Localizar a família e o menino.
Saímos de carro, penetramos no bairro onde sabíamos que a família morava,
pergunta aqui, pergunta ali, até que, localizados a família e o menino, veio
então a alegria incontida de ver o
contentamento do pequeno de posse do tão desejado presente. Mas o “alvoroço” da nossa querida personagem
não fica só nos fatos relatados. Ela descobriu, na leitura de um blog, que lá
em Morretes, no lugar chamado Canhembora, existe uma escola municipal, onde os
alunos, a maioria oriundos de famílias pobres do lugar, recebem de uma
professora abnegada chamada Anency, muito mais do que o ensino regular de uma
escola. Zelinda manifestou-me o desejo de conhecer a Escola e a professora e,
quando se abriu a oportunidade levei-a para o primeiro
contacto. Ela se encantou, e imediatamente colocou o seu dinamismo em ação.
Como o tempo era de proximidade da Páscoa ela mobilizou-se para proporcionar
uma festinha com a distribuição de guloseimas para as crianças e um kit de
gêneros destinados às famílias das crianças para o almoço comemorativo na casa
de cada uma. Posteriormente, mobilizando doadores amigos, Zelinda propiciou a
cada criança da escola, uniforme e calçado. Juntei-me
a ela nessas atividades, frequento o grupo não com a regularidade que seria
desejável mas, fazendo presença
constante e, desse modo, substituindo as atividades de natureza assistencial e
administrativa que exercia na Casa Espírita em Morretes. Lá, onde mantenho
residência, continuo presente na instituição integrando um grupo de estudos o
que me enseja um contacto semanal com os companheiros que trabalham na Casa e
que agora são responsáveis pelo funcionamento.
Ao encerrar mais este capítulo,
parabenizo a Zelinda e sua companheira Suzana pela entrevista e com um abraço aos meus pacientes
leitores(as), despeço-me. Até a próxima. Prof. Nazir.
(*) Emissora: TV Comunitária de Curitiba. Programa: Gestão Pública em debate.
Responsabilidade: Curso Superior Tecnológico de Gestão Pública, Centro
Universitário Internacional Olinter.
Nazir,
ResponderExcluirobrigada por ser tão preciso nas palavras ao demonstrar grande apoio aos Amigos!!!
abraço largo,
Olá amigo Nazir,
ResponderExcluirParabéns pela excelente postagem! Maravilhosa!
Lindo seu blog, gostei muito!
Um grande abraço e um final de semana de muita paz!
ResponderExcluirOlá amigo Nazir,
Parabéns pela excelente postagem! Maravilhosa!
Lindo seu blog, gostei muito!
Um grande abraço e um final de semana de muita paz!
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Olá amigo Nazir,
Parabéns pela excelente postagem! Maravilhosa!
Lindo seu blog, gostei muito!
Um grande abraço e um final de semana de muita paz!
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Olá Ilca...
ExcluirObrigado pela visita ao meu blog e pelo comentário,
gostei muito.
Um abraço Prof. Nazir
Este comentário foi removido pelo autor.
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ResponderExcluirZelinda,
Eu já entrei no blog e li a matéria.
Por favor, diga ao seu Nazir que eu adorei o texto. A escrita dele é inspiradora! Fiquei encantada com o blog!
Um grande beijo. Bom final de semana!
Susana.
Querida Susana...
ExcluirTenho uma profunda admiraçâo por vc no grupo.
Obrigado pelo estimulo e pelo seu gesto tão bonito.
Abraço prof Nazir.
Prof. Nazir,
ResponderExcluiradoro ler os seus textos, em especial quando falam de solidariedade e bons sentimentos. A Zelinda está ótima na entrevista, aproveitou muito bem a oportunidade para falar do grupo com clareza e segurança. Parabéns aos dois, família e amigos só têm a agradecer por essa feliz união!
Gosto muito de seus textos, mas esse em especial, o senhor esbanjou amor. Obrigada pelo apoio ao grupo, e não posso deixar de dizer que nós grupo, só temos a ganhar com essa forte e feliz união do casal!
ResponderExcluirParabéns e um forte abraço,
Hilda.